sábado, 12 de janeiro de 2008

Um monte, uma noite e um cachecol.

O tempo fechou, abriu-se à clareza de instantâneos sorrisos. Mas a lua estava tão linda, não parecia decalcada no céu, como sempre acreditara. Ele entrou e avisou que perfeitamente estávamos. Sem que o tempo esqueça minhas dúvidas. Sem que a proeza dos dias marque minhas glórias. Sem que percebesse. Amava sem pensar. Pensava em amar. A solidez da cama entre o calor da intensidade nobre, um sentimento dádiva de mágoas e ressentimentos. Um toque suave. Um doce aroma, um vinho gelado, um jarro em rosas, um amor sem satisfação, sem dificuldade. Sem hesitações. Uma voz deslumbrante, um som encantador e fascinante. Uma busca pela mirra incendiante. E é pela minuciosa peça de vidro que interage em dois corpos que o Alfa presencia a vitalidade de cada sentido e o Ômega distancia o que poderia formar. Diante das circunstâncias o rascunho vira página, dilata toda margem de erro, acaba por naturalizar-se eterno. Sem pretexto, ensaios e falsas intenções. Como façanha real. Como absoluto. Como duas almas.

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