sábado, 29 de dezembro de 2007

Lado A

Compreendes a mansidão quando o olhar penetrante de minha face revela um carinho por ti, agora necessito ouvir mais que um pedido sutil de perdão, pois não sei distinguir minhas curas e lembranças.
Parece-me que a cada instante são manifestos dentro da alma, e holocaustos a uma deusa viva, que encanta por ser mulher e governa por ser mulher brava e guerreira, e onde não há regras não há conduta, nem, tampouco, prisão. Quando existe persuasão, certamente, existirá manipulação, e é quando veremos como a liberdade influencia nos sentidos remotos da alma humana.
Onde se destina praças e convivências ecléticas, hotéis e pastagens ofegantes, igrejas góticas, fontes romanas e gigantescos muros, onde meu interior passeia, onde encontro alegria e descanso, onde, naturalmente vivo.
Onde imagino e pescrevo. Onde realizo. Dentro de um olhar negro e ativo o bastante para me fazer retornar a superfície e compreender que desejo a vida, assim como ela me deseja.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Para que todos que assitem a alva, para aqueles que a mantém em suas mentes. Viva, útil e gloriosa, recado postado em poucas palavras, estou dispondo de aderências igualmente fúteis e talvez até precise de alguém a me proteger, mas, por enquanto, desejo viver livre das paixões mundanas, carnais e absurdas. Não quero acordar, olhar para o relógio e saber que meu tempo está indo com a curva do tempo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Profunda

Lá fora a chuva caía destilando meus pensamentos melancólicos. E a tarde evasiva tardava cair. O quintal permanecia encharcado e as folhas das árvores repercutiam um som misterioso com o pingar das águas, as folhas caídas daquele outono estranhamente atravessado, como minha vida insalubre.
Tua destreza delicada e maliciosa ao falar-me de amor. Amor de cegos e surdos. Amor inútil. Ou amor ncessário.
Rio que marcava a presença de correntezas desbotadas, lacrimadas, infelizes. A tarde custava ir embora. E eu não podia manter minha máscara de criança feliz por toda tarde e noite. Eu queria revelar meus segredos mais absurdos e olhar pra ti com carência, porém, meu intuito mais ágil desprezou tua maneira de sorrir com prazer. E mais uma vez minha calma afugentou-se. Agora a chuva era mais forte, até parecia estar de acordo com os meus preceitos utópicos e mártires. Ardentemente, fui despedindo-me da suave balada com gosto de amargo, mas que fazia algum sentido.
E a lembrança de loucura de amores noturnos que faziam-me sedenta por encanto perdeu-se, matou a essência de querer sentir o semblante aveludado de ti. Lá se foi os distantes instantes mais ávidos de minha existência e minha morada parecia estranha penumbra. Meu leito, mais encharcado de suor que o quintal de água, começa a devorar-me para si, fazendo-me lutar contra ele. A janela aberta me fez recordar os dias de ternura que, com euforia, jogavas rosas espinhosas, que me faziam tardar voltar em casa.
Sedenta de amnésia torno-me hoje. Prefiro com loucura internar-me a continuar nessa busca infinda de paz e sossego, já que a "vila do sossego" penetrou mais profunda o meu despejo. E todos os meros enganos foram reais, desde aquele carnaval, latejando, assim, minha experiência em sentir mais uma vez a tão sonhada bem-querença.
Sophia Fidélis, 01 de Dez., 22:41

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Diga-me onde mora o sofrer.

O que faz refletir a esperança na alma do homem é a vontade de ser aquilo que manifesta sua coragem, sua capacidade...

Nas linhas paralelas do tempo perdido manifestei minha coragem de entender o que estava acontecendo com minha alma; machuquei-me ao ver a esperança de um mundo novo sendo ferido pelos próprios pensamentos e perdidos dentre seus desejos mais íntimos, calados, quietos e muitas vezes sóbrios de que suas almas estavam à mercê de um ataque banal. Nas reticências dos pensamentos mais pobres é uma alma pode calar-se. Enquanto houver a luz do amanhecer a estrada se iluminará, talvez mais calma, talvez mais ágil, nunca parada... E onde se encontra o sentido que a vida seja feita de sonhos? Dentro de minhas palavras inúteis ou entre os espaços vagos que separam a alva do amanhecer e a escuridão da noite sombria? Estou simplesmente tentando calar esse desejo de explodir para a vida, de abrir para os céus as portas do abismo, de fechar minha boca depois de um grito que estrondará a face da terra... Como o feixe de madeira que carrego nas costas, assim pesa minha pobre alma, diante dos que se julgam inferiores. Por que a paz se ausenta e o penhasco se aproxima a cada passo. Uma turbulência de pesares e uma brisa atiram-me no meu ser, querendo provar quem eu sou: Sou Anjo. Sou Fera. Sou Mel e Amargo, juntamente. Sou Estrela. Sou Sonho. Sou Loucura. Sou o que você deseja e sou o que eu penso, mas calo mediante conseqüências piores. Não penso. Não falo. Não sinto e não quero. Desejo. Insisto e calo.
"Ninguém é alto o suficiente que não possa rastejar."
Ninguém cala, ninguém ouve, ninguém sente. E eu? O que penso de ti?
Minha prova memória me enlouquece de sãos pensamentos e mais uma vez, não sei falar. A garganta seca e o peso nas costas não sairá nem que tenha (realmente) que gritar. Como os cristais que caíram, quebrou-se o candelabro e feriu por muitos anos a vida que ainda chorou.
Não quero encontrar-me mais uma vez com a posse da vitória, nem com a batalha perdida.

Só se quisesse te amar novamente.

Sophia Fidélis.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Isso não é texto de auto-ajuda, muito menos filosofia de vida!

Propositadamente falando, estamos em base, compondo uma massa encefálica de métodos absolutamente simplórios. Não seria a primeira vez que tento esclarecer minhas idéias, com o intuito de ser simplesmente ouvida, não necessariamente questionada. Vivemos em constante filosofia sobre isto ou aquilo, e o martírio do cotidiano afeta nossas esferas materiais, cujos denominados são mente e corpo físico. Quanto ao corpo interior, aquele que se deleita para aclamar um pouco de anestesia corpórea material se mantém mais que ocupado ao insistir em fazê-lo, nem ao menos percebemos sua indiferença. O corpo inteiror é aquele que busca fazer com que o corpo material se realize e, no entanto, o "material" termina agindo de forma tão meticulosa, misturando os pensamentos de forma agressiva e inimaginária. Usando o termo "corpo interior", talvez esteja você se perguntando: "Por que ela não usa o termo 'espírito'? Convém muito mais." A solução para sua pergunta é: Nem todos acreditam que realmente o espírito venha a fazer parte de nossa massa encefálica e consciente. Ele entreva, dado momento, fazendo com que o sujeito siga as instruções, talvez de seus genitores ou de uma comunidade em geral. Mas, seguindo os ensinamentos de alguém a quem muito estimo, talvez até esteja presente comigo em todos os momentos, talvez seja ele meu mentor, ente muito amado, acredito que se a palavra conseguinte não for levada adiante de uma maneira próspera, não verei um futuro esperado.
Lei da Natureza: Pra muitos significa "Cadeia Alimentar", "Nasce, cresce, reproduz e morre", termos tão pejorativos e insignes que teria até certo receio em citá-los. Lei da Natureza, entretanto, a meu ver, são objetivos recriados em um processo tão delicado, analisados de tal maneira que o homem não teria a intenção de prejudiciar-se ao longo de seu acontecimento. Lei da Natureza seria também a Lei da Ação e Reação, por que não? Já que pra estar em constante contato com a sociedade é preciso estudar suas maneiras de apropiação. E ninguém vive, permenentemente, solitário! É incapaz. Dizem-se até possíveis viverem sem desabafos ou com quem compartilhar doses exageradas de emoções, mas sempre existem aqueles "corpos interiores" simpatizantes. Mirando o final de um breve discurso, acreditando que posso ser meramente agradecida pela oportunidade e pela indulgência, tenho que citar um prejudicial mentor de seu corpo físico. Grande frase conhecida por muitos que cortejam as Leis da Natureza: "Fora da caridade não há salvação." De certa forma, acredito que essas palavras, poucas, inclusive, e de autoria do Sr. espírita Allan Kardec, encerra meu prolongado atrofiado de palavras, com a intenção de manter a Paz, se é que ainda existam seres que têm esse mesmo próposito.
Paz para todos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Percepção

O que sou?
Sou o que minha imaginação concede. Sou a solenidade de atos imperdoáveis. A loucura que invadiu tua mente, sem aviso, previsto ou saída. Pudera cantar a canção das canoas que deságuam nas correntezas abstratas de um rio nobre.
Teu olhar cinza partiu com as cinzas daquele cigarro apagado. E pela segunda vez renasceu a fênix. Debruçada sobre um muro incandescente me fez refletir que eu poderia tornar-me útil, talvez exuberante, mas sem perder o instinto de atingir uma perfeição (desejo de todo espírito mantém acesa a chama da Lei da Natureza em si).
Uma simples palavra pode constranger um universo inteiro, por isso as sábias montanhas permanecem intactas desde a criação...

Eternamente, serei grata a pessoa que me motivou essas simples palavras, e no entanto, tocáveis aos olhos. Obrigada, Maria Helena.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Se é mais fácil cultuar os mortos que os vivos...

...então por que necessitamos das pessoas nas suas destrezas mais nobres e talvez ainda mais ridículas?

Ela andava meio estranha. Estaria usando drogas? Não. Terminou uma fase um tanto insuportável para sua espécie adolescente de viver!
Procurara em muitos lugares seu único lugar.
Um dia, quase sem querer, o encontrou. Na verdade, não foi sem querer, foi quase.
Viveu de sombras naquele dia, ouviu o que jamais desejaria ouvir por ninguém. Relutou para não chorar. Aprendeu com uma força incrível e sensata. Bateu na porta de muitos para ouvir um... Um?... Não ouviu nada... Cegamente, procurou um colo. Cegamente... Sentiu que sua pele estava ruminando para não entardecer ao pôr-do-sol. Imaginou atos e conseqüências e acabou por fingir que nada acontecera de maneira ilustre, majestosa, ou até mesmo funesta. Acabou por acreditar... Ouviu sua mãe e procurou um psicólogo.

- Psicólogo, mãe?
- Sim, por que não?
- Não estou louca!
- Não é por que diga que não está louca que não devera procurar um.

(Secretária)
- Senhorita Rivel, pode me acompanhar, por favor?
- Pois não.
- Aqui está, permaneça um instante aqui que seu médico já vem.
- Obrigada.

Era uma garota instruída, e agradeceu por agradecer, mas saberia que talvez fosse até melhor um "psicólogo"...

(Psicológo)
- Boa tarde, mocinha.
Ela odiava o "mocinha", mas sempre tinha um engraçadinho que assim a cumprimentava, por que não um mero psicólogo?!?
- Boa tarde e já vou avisando: foi idéia da minha mãe!
- Não se preocupe, as pessoas que me procuram, geralmente são da mesma faixa etária que você.
- Sim, mas meus amigos nunca procuraram um!
- Então, quer me contar o que está acontecendo? Sou amigo da sua mãe há anos e lhe conheci quando criança, era uma menina saudável e cheinha de sardas. Muito linda! Com o tempo você cresceu e se transformou numa pessoal incrível, com capacidades e habilidades que jamais encontrara numa pessoa de sua idade, acredito que esteja passando por um momento delicado e queira a compreensão de um adulto, não?
(Pausa) Pensei: "Poxa, ele disse que eu era cheinha de sardas! Não acredito!!"
- Sim, quero muito a compreensão de alguém da sua faixa etária, mas ainda não consigo imaginar por que não tenho a confiança de adultos!
- Fique tranqüila, ajudarei você. E esta consulta é cortesia, não se incomode. Venha na terça e trataremos do seu caso com mais calma. Tenho uma reunião importante e você será minha única paciente hoje. Começamos pela sua vida íntima pessoal, tem namorado?
- Mas é justamente dele (ex...) que vim lhe procurar. Terminei uma fase conturbada com ele há duas semanas e, às vezes, não consigo nem engolir a comida! Por que estou tão ligada à ele dessa maneira?
- Menina, estou vendo uma grande pessoa dentro de você, não que eu seja médium, ou coisa parecida, mas estou vendo, aliás, como qualquer pessoa está, que você é forte o bastante para superar uma fase dessas. Já pensou em cinema, praia, shopping, novos amigos, novas pessoas com quem possa dividir essas pequenas alegrias?
- Não consigo nem sair de casa, e quando procuro as pessoas que se diziam amigas, levo um não de volta!
- Não pode jamais deixar um sentimento tão obscuro dominar seus preceitos. Imagine que se um cachorro vai atravessando a rua e você vai dirigindo um carro, o cachorro pára bem em frente ao seu carro e você freia instantaneamente, mas o sistema de frenagem está irregular, pronto, você matou um cão! Irá se culpar pela morte dele?
- Não. O meu carro estava irregular, o que também me deixa a desejar uma mecânica com mais qualidade.
- Exato, mas você não teve culpa pela morte do cachorro.
- Eu acho que vou embora, talvez você tenha consigo complicar mais ainda minha situação...

Abriu a porta e deixou o consultório. Não acreditava que sua vida estava mesmo virando um "inferno particular"... Achou melhor arrumar suas malas e deixar a casa de seus pais, era maior de idade e poderia muito bem se virar sozinha...
Procuraria uma maneira mais acessível para melhorar sua vida íntima pessoal...
"Vamos mimiografar o futuro e imprimir o passado!"

sábado, 3 de novembro de 2007

Distrito dos Pecados

"Padre, perdoe-me, por que pequei."


Eu pequei, senti tua dor.
Eu pequei, magoei minha alma.
Eu pequei, mas na hora do êxtase, não senti dor alguma.
Eu pequei, infantilmente, e não vi que sofreria.
Eu pequei, infantilmente, e não vi que iria fazer alguém sofrer.
Eu pequei, doei minha almas às fúteis e indesejáveis chagas do mal.

O mal, o mal que me fez ouvir a voz do Anjo da Libertação, o Anjo que, com sua clava, me fez sentir a Liberdade injetada em insolentes ruelas de pecado... O Anjo me propôs uma "troca de favores": Eu lhe daria meus pecados e ele me daria a liberdade.
O pecado que me fez sentir prazer agora estanacava em minha alma em forma de dor. Mas a Liberdade desejada voaria pelo alto céu, e as asas de anjo me protegeriam de qualquer mal absurdo.
E o mal pecado se desfez de minha alma. Assim, como o Anjo sacrificou-se por minha alma.

Por Sophia Fidélis
Uma noite de sábado, 19: 52

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tua beleza sincera

Era dócil, meiga, cintilante...
Tua cor demonstrava desejos, esbanjava prazer e harmonia.
Não falou nada até ser sincera o bastante. E calava-se humildemente diante de pobres espirituais.
Mantinha o sorriso no rosto e a verdade na boca.
Ensinava como distribuir esses sorrisos, não perdia-se à toa, vital era sua imagem!
Mas um dia teve que ir buscar seus tesouros, ir ao encontro de sua glória, mas jamais foi esquecida, pois tudo o que nos mostrou soube acalentar nossos corações, fazendo com que a lembrança de seus feitos fossem eternos... E aos vinte e um... Deixou a vida terrena em busca de Paz. Tal foi a tristeza que nos empurrou ao penhasco, mais abaixo o abismo.
Ouvi uma voz dizendo: "Eu te ensinei, agora demonstre o que aprendeu..."

terça-feira, 30 de outubro de 2007

A liberdade não encontra-se nas ambições mais vulgares e estarrecedoras que pensamos existir.

Libertos da insanidade que os oprimiam, mortais com almas invulneráveis, nem um pouco ansiosos para assistir sua perfeição, cometeram a permissão de tentar-lhes uma natureza onde se pode prosseguir o Caminho da Luz. Caminho esse que, por sua vez, nunca existiu, os "simples" mortais o fez. Chegaram a sentirem-se transformados por uma força, uma força que poucos sentem, e continuando a jornada que lhes foi dada à missão, repreendiam o lado oposto, imaculando seus espíritos, onde a perfídia não cessava. E os Gladiadores que queimavam suas vestes puderam abrir a porta da catedral e reverenciar o ouro que ali existia. E as estrelas que caíam do espaço fazendo barulho em silêncio. A pluralidade dos soldados que cantavam suas dores e abriam seus peitos com punhais encravados, atribuídos pelo senso da coragem, sem rancor e ódio. Cantavam todos uma mesma canção, poetizavam as mesmas linhas e seguiam todos uma mesma carruagem. E assim, fez-se a Paz.

Escrito em 26 de Julho de 2007, às 22:56.
Por Sophia Fidélis.

Como se fosse a primeira vez...

E nada por acaso aconteceu...
Trágico mesmo é o instante em que você se acomoda às suas imperfeições e permanece, como se culpa fosse uma palavra que não existe no seu dicionário.
Tentar reerguer parece difícil?
Tenta ficar no chão, então...
Teus amores te abandonaram?
Lembra-te que alguns anos atrás abandonastes alguém...
Vais entregar os pontos?
Não faça isso! Jamais desista da guerra, sem que a batalha inicie.
Os espinhos. É, eles já me magoaram um dia, mas eles foram feitos pra isso, acredite...
E não é a primeira vez que tento mater firme a aparência de que estou feliz demais para compartilhar com você minha alegria, eu, na verdade, não tenho mais nem lágrimas pra chorar, pois encontro-me perdidamente ébria, no elo entre viver e morrer, e minha alma canta, como se já quisesse partir.
Nada acontece por acaso, mantenha-se na missão que lhe foi transmitida, para que teu aperfeiçoamento seja sincero, e que teu rosto traga consigo as marcas de uma dor que te encantou por ser dor.